Oh, quantas vezes nos tornamos indiferentes ao sofrimento de nossos semelhantes! Se a dor não é minha, não me importa, não me comovo. Se o trágico não ocorreu comigo ou com alguém que amo, é como uma notícia de jornal, lamento, mas não choro.
Que mundo é esse em que vivemos? Que tipo de seres humanos nos tornamos? Parece que não há mais solidariedade entre nós.
Leio a Bíblia e vejo o meu Salvador movendo-se de íntima compaixão por uma multidão que estava como ovelhas que não tinham pastor. Vejo Ele chorando por uma cidade que não reconhecia o seu Redentor e Messias e que muitas vezes quiz Ele juntá-la junto a si, como a galinha junta os seus pintinhos! Vejo Ele chorando por uma família que tinha perdido o seu ente querido e que também era seu amigo! Sim, Jesus tinha sentimentos, Ele se comovia com o sofrimento humano, não ficava indiferente ao que acontecia ao seu redor.
Coloco-me como seguidor do Nazareno, mas não hajo como Ele diante do que acontece ao meu redor! Quão indiferente sou eu!
Se meu irmão sofre, aumento o sofrimento dele, julgando-o ou condenando-o, porque ele deve ter cometido algum pecado muito grave para está passando por aquilo. Ou se ele comete algum pecado, atiro pedras nele e condeno-o porque ele não vigiou, não manteve-se fiel a Deus. “Vai queimar no mármore do inferno!” (expressão “muçulmana” usada em uma novela para quem cometia algum erro). Mas sabe o que diz o meu Mestre? “Nem eu te condeno, vai e não peques mais”. Sabe, preciso ser mais humano e compreensivo. Parece que estou me tornando intolerante! Não, não se trata de “passar a mão no pecado”, mas ajudar o meu irmão para que sua dor seja amenizada. É isso que faria o meu Salvador!
Assim, quero chorar mais, quero me comover mais com a dor do meu semelhante, mesmo que não o conheça! Quero ser mais humano!
Shalom Adonai!