Sou cristão, mas há coisas estranhas ao Evangelho nos arraiais evangélicos.
Tenho visto pessoas que se dizem cristãs, mas as práticas da vida denunciam que não entendem nada do significado de ser um seguidor de Cristo.
Vejo pessoas cantanda ou pregando nas igrejas, mas o coração e a prática do dia-a-dia mostram claramente que o louvor e a palavra pregada por elas NÃO passa do teto da igreja, não sobem mesmo à presença de Deus e não produz o efeito necessário nas vidas dos que os ouvem.
E por que? Porque cantam com os lábios, pregam da boca para fora, mas o coração está cheio de rapina, como a falta de perdão, ódio e aversão ao irmão.
Há aquele que quer se justificar dizendo que tem o direito de não ter comunhão com o irmão, de se sentir magoado porque foi muito ferido por ele. Fico pensando no significado do que Cristo falou a respeito de AMAR os inimigos, bendizer os que nos maldizem, fazer bem aos que nos odeiam e ORAR pelos que nos maltratam e perseguem (Mt 5.44). Fico pensando também no significado de oferecer a outra face, caso seja ferido numa, de andar duas milhas, caso alguém obrigue a andar uma, de dar a capa, caso alguém queira a túnica, que são coisas que fazem parte da vida cristã, que realmente nos identificam como DISCÍPULO de Jesus Cristo.
Ser cristão não é somente está arrolado no rol de membros de uma igreja. Ser cristão é seguir a Cristo em todos os sentidos da vida. É por em prática os ensinos dEle, é viver o evangelho tal como ele é. E o evangelho não é filosofia de vida, é a própria vida que produz vida, e vida abudante. Não é confissão da boca para fora, mas vida na prática que se evidencia nos relacionamentos diários uns com os outros, não importando aquilo que recebemos como ações más contra a nossa vida.
Se não houver isso na nossa vida, não podemos nos considerar cristãos.
Louvor, cantar, testemunhar com o coração cheio de mágoa e rancor por alguém, mesmo que não seja irmão é algo que nos torna tão pagãos como qualquer um que nunca ouviu falar de Cristo.
Nos isolar de alguém que pecou, nos coloca ao lado daquela multidão que queria apedrejar a mulher que foi pega em adultério. Repreender ao irmão pecador é um gesto de amor, e orar por ele e procurar recuperá-lo é uma atitude de um verdadeiro filho de Deus. Nos identifica com Cristo, que veio não para os sãos, mas para os doentes e pecadores.
Cristo trabalhou no sentido de recuperar vidas. As vidas mais desprezadas e desonradas da sociedade foram recuperadas por Cristo. O apóstolo João recomenda-nos não pecarmos, mas se acontecer (como acidente no trajeto de nossa vida cristão) temos um ADVOGADO junto ao PAI, JESUS CRISTO, o JUSTO, que é a propiciação pelos nossos pecados. E João está escrevendo para cristãos e não para pagãos.
Sei de gente que deixou de ser amigo de outra porque ficou sabendo que o tal amigo pecou e que agora não pode ter comunhão e amizade com ele porque é um pecador. Lógico que não podemos apoiar o pecado de quem quer que seja, mas o ensino de Cristo a esse respeito é totalmente diferente. Devemos procurar restaurar o pecador, mostrar-lhe o caminho do arrependimento, do perdão e da reconciliação com Deus e o próximo. Não o isolamento, o afastamento, como se a pessoa tivesse uma doença contagiosa.
O amor de Cristo em nossas vidas precisa ser real, verdadeiro, e não teórico. Deve ser traduzido na prática do dia-a-dia de nossas vidas. Alguém dizer: “eu estou bem com Deus, o resto que se dane!” (sério, eu ouvi alguém dizer isso), parece mais algo macabro e estranho, quando comparado ao evangelho ensinado por Jesus Cristo e seus apóstolos. Ninguém pode estar bem desejando mal ao próximo, por mais pecador que seja esse próximo! Viver o evangelho é se preocupar com o bem-estar espiritual de meu próximo, é querer o melhor para a vida dele, não importando o mal que ele tenha praticado, que o Senhor lhe conceda graça para se arrepender. Quanto a mim, vou amá-lo, orar por ele e ajudá-lo, caso ele aceite e queira a minha ajuda, se não, ficarei na oração e desejando o melhor para ele no meu coração e não que ele SE DANE! Deus me livre disso!
É isso!