“Bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos.” (Mateus 20.28).
Fico a imaginar o que está acontecendo com os chamados servos de Deus de hoje.
A palavra “servo” nos fala de alguém que está debaixo de uma serventia. O dicionário online Priberam define servo como: 1. Aquele que não dispõe da sua pessoa, nem de bens. 2. Homem adstrito à gleba e dependente de um senhor. ≠ suserano. 3. Pessoa que presta serviços a outrem, não tendo condição de escravo. = criado, servente, serviçal. 4. Pessoa que depende de outrem de maneira subserviente. 5. Que não tem direito à sua liberdade nem a ter bens. ≠ livre. 6. Que tem a condição de criado ou escravo. 7. Que está sob o domínio de algo ou alguém.
Portanto, servo é chamado para servir. Nada mais, nada menos. Para mim é uma aberração alguém ser chamado de “grande servo de Deus”. Se é grande não é servo e se é servo não pode ser grande. Mas para muitos ser chamado de “grande servo de Deus” é motivo de orgulho, de ostentação, de destaque. O mais complicado é quando os chamados “servos” querem ser servidos, ao invés de servirem. É o caso de certos pastores que querem que os membros de suas igrejas os sirvam, como ser eles fossem reis ou pessoas especiais porque se ocupam dos encargos do Reino de Deus na congregação aonde foram chamados para “”servir”. Afinal, esses são os “ungidos de Deus” e devem ser reverenciados como tais. Uma verdadeira aberração e deturpação da palavra “servo”. (Leia também minha postagem “O que é autoridade espiritual?”).
Mas quando olhamos para Jesus Cristo, o nosso modelo e exemplo de servo, vemos algo totalmente diferente do que advogam esses “servos de Deus”. O Filho do Homem não veio para ser servido, e olhe que Ele bem merecia e devia ser servido, visto que se tratava do próprio Deus encarnado. Mas não, Ele veio para servir e dar a sua vida em resgate de muitos!
Um grande exemplo de servo que Jesus nos dá, além de sua total submissão à vontade do Pai, foi ter lavado os pés de seus discípulos momentos antes da sua crucificação, e ainda perguntou a eles “vocês entenderam o que lhes fiz?”, como quem querendo deixar bem claro a lição ali ensinada. Ele era o Mestre e Senhor e tinha lavado os pés dos discípulos, assim eles deveriam lavar os pés uns dos outros. Coisa que muitos “servos” de hoje não querem fazer!
Seguir o exemplo do Mestre é buscar, não os seus próprios interesses, mas os do Reino de Deus. É servir de exemplo para os fiéis, na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza (1 Timóteo 4.12). É servir a congregação de modo simples, verdadeiro, sincero, pois fazendo isso, o Reino de Deus cresce, as pessoas são edificadas e as almas são salvas. Haverá também o reconhecimento dos fiéis. Todos se espelharão no servo que tem. Todos procurarão imitá-lo, pois este será o imitador do próprio Cristo!
Que Deus nos ajude a sermos verdadeiros “servos de Deus”!