Reflexão sobre perdão e amor

A nossa vida, como crentes, deve ser guiada e dirigida pela Palavra de Deus e por Cristo, que é o nosso Senhor e Salvador. Uma vez salvos, devemos manter a nossa vida dentro do padrão divino e bíblico, centrados no Evangelho de Cristo, que se resume no AMOR. Sim, o amor de Deus deve ser a base de todas as nossas ações, sentimentos, emoções, relacionamentos e práticas no dia-a-dia do nosso andar no caminho da graça de Deus. A lei se resume em: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
Dado à nossa pecaminosidade, visto que o crente ainda carrega a velha natureza, precisamos vigiar e orar todos os momentos para que a velha natureza não aflore e cause grandes estragos em nossa vida e trajetória. Daí as palavras do apóstolo do amor: “filhinhos, não pequeis”. Mas o mesmo apóstolo reconhece que não estamos em um corpo glorificado, ainda não somos “semelhantes” a Ele, por isso continua e diz: “se alguém pecar, temos um ADVOGADO para com o Pai, Jesus Cristo, o justo”.
Sim, Jesus Cristo é a propiciação pelos nossos pecados, não só pelos nossos (cristãos já convertidos), mas pelos de todo o mundo (1 João 2.1,2). O arrependimento, a confissão, o abandono do pecado, e voltar-se para Cristo, como advogado, é o processo para o recebimento do perdão. Cristo, sim, conhece o coração e sabe todas as coisas. Ele sabe quem realmente se arrepende ou não. Nós, seres humanos, estamos limitados as aparências e nos enganamos muitas vezes. Daí Jesus nos alertar: “não julgueis”, muito embora possamos analisar os fatos, “pelos frutos se conhece a árvore”. É o que João Batista pregava, “produzi frutos dignos de arrependimento”.
Nos relacionamentos humanos, vez por outra, podemos ferir alguém, pecar contra alguém, fazer algum tipo de mal a alguém, ou até a nós mesmos. Não estamos isentos disto. Todavia, deve prevalecer a marca do amor de Cristo. A reconciliação é a base para reatar os relacionamentos, e, quando isso não for possível, pelos menos, não causar mais dor ou sofrimento. As recomendações de Cristo nesta área são vastas, “Olhai por vós mesmos. E, se teu irmão pecar contra ti, repreende-o e, se ele se arrepender, perdoa-lhe. E, se pecar contra ti sete vezes no dia, e sete vezes no dia vier ter contigo, dizendo: Arrependo-me; perdoa-lhe” (Lucas 17.3,4). Mas perdoar de coração, verdadeiramente, sinceramente, porque se do coração não perdoarmos, não seremos perdoados pelo Pai (Mateus 18.35). Se isso não for praticado no nosso viver diário, não estaremos de forma alguma vivendo o Evangelho de Cristo, não podemos sequer oferecer algo a Deus, nossa oferta não será recebida sem que haja reconciliação com o irmão (Mateus 5.23,24). É tão simples, muito embora nós mesmos achamos impossível. Colocamos barreiras, deixamos prevalecer os nossos sentimentos, os nossos valores pessoais, os nossos “brios”.
Guardar rancor, ódio, raiva, porque fomos ofendidos, só nos levará a ruína espiritual. Nos privará da abundante graça de Deus. Não estaremos assim inflingindo qualquer castigo a quem nos ofendeu, estaremos castigando a nós mesmos, nos fechando para o amor de Deus. Mais uma vez, o apóstolo do amor nos adverte, dizendo: “Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu?” (1 João 4.20). Só é possível amar a quem nos ofendeu quando amamos a Deus verdadeiramente, sem isso, é realmente impossível amar ao irmão ofensor e perdoar-lhe a ofensa. O sentimento de vingança também é contrário ao ensino e ao amor de Cristo. Até mesmos os inimigos devem ser amados e os perseguidores e opressores devem ser objetos de nossas orações. É a justiça que excede a dos escribas e fariseus!
O próprio Deus é a nossa referência quanto a isto. Quem mais ofendido com os nossos pecados do que Deus? Olhemos ao nosso redor, quantas bênçãos temos recebido dEle? E como nós O agradecemos? Pecando contra Ele, virando as costas para Ele, para o amor dEle. Pecamos contra Deus, mas Ele, com imensurável amor, nos perdoa, quando a Ele recorremos e pedimos perdão dos nossos pecados. Admiro-me de Cristo quando estava sendo crucificado e ora ao Pai por aqueles pecadores que o crucificavam, “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”. E mesmo que soubessem, haveria perdão para eles, mediante o arrependimento, caso se arrependessem. Mesmo Judas, embora tenha sido chamado “filho da perdição”, teria recebido perdão se tivesse se arrependido, ao invés de tirar a própria vida, num ato de desespero, de consciência pesada e remorso. Temos o exemplo de Pedro, que fez o caminho inverso, foi chorar amargamente por ter traído o seu Mestre. Mas o mesmo Pedro, confessou três vezes ao Mestre, a quem havia traído, que O amava e recebeu dEle, além do perdão, a incumbência de “apascentar as suas ovelhas”.
Sim, ser cristão é seguir os passos de Cristo. Não só na teoria, mas na prática. Na prática da vida, nos relaciomentos, nas palavras, nas ações. É amar acima de tudo. Sem isso, não há a prática verdadeira do Evangelho de Cristo em nossa vida.

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