Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos…(1 Co 13.1)

No meio pentecostal é comum se dizer que as línguas estranhas são línguas dos anjos (embora isso careça de base bíblica, não quero, no entanto, entrar no mérito da questão).
Falar língua estranha é falar a língua dos anjos, é sinal de espiritualidade e fervor! Quanto mais línguas falar, mais pentecostal será! É como se o falar em línguas fosse um medidor de espiritualidade e vida consagrada. Entretanto, muitos faladores de línguas não passam de crentes superficiais e pobres de conhecimento bíblico (ou mesmo sem nenhum!). São superficiais em seus relacionamentos com Deus e também com o próximo. Não entendem os conceitos mais básicos do Evangelho, tais como a fé, o amor, o perdão, e a própria salvação. Não entendem nem mesmo o “falar em línguas”!
Falar as línguas dos anjos (ou dos homens), profetizar ou fazer qualquer outra coisa destituído do amor de Deus no coração é fazer algo vazio, sem sentido e sem valor algum para o Reino de Deus, e mesmo para o mundo dos homens. O amor é a essência da vida cristã! O próprio Deus é chamado de AMOR (Deus é amor).
O amor deve ser a base de toda a minha vida, de todos os meus pensamentos, de todos os meus relacionamentos, de todos os meus atos. Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a mim mesmo! Mesmo quando eu erro, falho ou peco, devo arrepender-me e receber perdão com base no amor. Sem amor não há vida espiritual ou consagrada. Será superficialidade e aparência exterior simplesmente! Sem amor fica impossível viver! Sem amor é impossível relacionar-se com Deus!
Ser espiritual mas destituído de amor é ser vazio, é prova de “não espiritualidade” de fato! É ser como um “sepulcro caiado”, ainda que fale línguas!
Há outras palavras relacionadas com o amor, como misericórdia, compaixão, perdão, bondade, consideração, respeito, que muitos “faladores de línguas” desconhecem.
Fale línguas, mas AME acima de tudo, e assim cumprireis a lei de Cristo!

O fariseu e o publicano!

A parábola do fariseu e do publicano, narrada por Cristo em Lucas 18.9-14, visava ensinar aqueles que “confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros” (v. 9).
Muitas vezes somos levados a pensar que somos melhores do que os outros, que somos mais justos ou merecedores dos favores divinos, porque somos mais fervorosos, mais dedicados, oramos e jejuamos mais ou somos mais consagramos. Ledo engano! Ninguém pode justificar a si mesmo diante de Deus. Já perguntou Jó: “como se justificaria o homem para com Deus?” (Jó 9.2). Diante de Deus somos todos pecadores (Rm 3.23). A diferença está na graça de Deus, como respondemos à maravilhosa graça de Deus em nossa vida!
Deus conhece o coração do homem (2 Cr 6.30), assim não adianta tentar justificar-se diante dEle. Foi o que fez o fariseu da parábola. Ele se achava melhor do que os demais homens (v. 11), e dava graças a Deus por isso! Ele não era roubador, injusto e adúltero. Jejuava duas vezes por semana e dava os dízimos de tudo o que possuia! Era um perfeito religioso, mas destituído do amor, da misericórdia, da compaixão! Ele cria realmente que Deus o ouvia, que Deus estava atento à sua oração. Entretanto, não foi isso o que Jesus falou.
Ao contrário do fariseu, o publicano, que foi apontado por aquele como pecador, orava sem sequer levantar os olhos para os céus, batendo no peito e dizendo: ” Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!” (v. 13), numa demonstração de total entrega, de indignidade e carência da misericórdia e compaixão de Deus, submetendo-se inteiramente à graça do Senhor! Este sim, desceu para casa justificado e não aquele (v. 14).
Ó Deus faz-nos mais dependentes e carentes da Tua infinita graça!

Se eu não perdoar serei perdoado?

A resposta à pergunta acima, segundo o ensino de Cristo, é um NÃO simples e puro! O Evangelho nos ensina claramente que para sermos perdoados precisamos perdoar também. Jesus nos mostra isso na oração do Pai Nosso: “E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores” (Mt 6.12). Observe que Jesus diz que somos perdoados, ASSIM como nós perdoamos aos nossos devedores. E, ao terminar a oração, Jesus volta ao tema, dizendo: “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas.” (Mt 6.14,15). Esse é o ensinamento de Cristo.
Este ensino fica bem claro na parábola do credor incompassivo (Mt 18.23-35). Jesus contou essa parábola para responder a pergunta de Pedro: “Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete?” (Mt 18.21), a qual Jesus respondeu: “Não te digo que até sete; mas, até setenta vezes sete.” (Mt 18.22).
Observe que na parábola, o servo que não perdoou ao seu companheiro é chamado de “servo malvado” (Mt 18.32). Jesus conclui a parábola dizendo: “Assim vos fará, também, meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas.” (Mt 18.35).
Destaquei a expressão “se do coração” propositalmente para mostrar que o perdão não pode ser da boca para fora. Tem que ser perdão mesmo! Do coração para que sejamos aceitos por Deus.
Com isso vemos que podemos anular o perdão que recebemos de Deus, caso não venhamos a perdoar quem nos ofende!
Esse é o ensino do Evangelho de Cristo! A Ele seja a glória!

O maior destes é o amor!

Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.” (1 Coríntios 13.13).
Nós, cristãos, parece que nos esquecemos do principal mandamento de nosso Senhor Jesus Cristo: o mandamento do amor: “Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis.” (João 13.34).
E mandamento do Senhor é para ser obedecido, e não questionado ou deixado de lado.
Mas, sobretudo, tende ardente amor uns para com os outros; porque o amor cobrirá a multidão de pecados.” (1 Pedro 4.8).
O ódio excita contendas, mas o amor cobre todos os pecados.” (Provérbios 10.12).
O amor é poderoso mesmo, é capaz de cobrir multidão de pecados, ou, como diz Provérbios, “todos os pecados”.
Talvez a falta de amor entre os cristãos de hoje esteja no fato de que a iniquidade se multiplicou: “E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará.” (Mateus 24 : 12).
Mas eu creio na Bíblia e no amor: “O amor nunca falha…” (1 Coríntios 13.8).
Afinal de contas: “Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor.” (1 João 4.8). “E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus nos tem. Deus é amor; e quem está em amor está em Deus, e Deus nele.” (1 João 4.16).
Amados, amemo-nos uns aos outros; porque o amor é de Deus; e qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus.” (1 João 4.7).
Amém!

Pai Nosso

Deus é o nosso Pai que está no céu, cheio de amor, compaixão, misericórdia e perdão. É Todo-Poderoso, Criador e Senhor absoluto!
Ele é absolutamente Santo, mas compreende as nossas limitações e a semente do pecado que carregamos dentro de nós!
O Seu Reino prevalecerá sobre todos os reinos, pois é um Reino de amor, de paz e de prosperidade espiritual acima de tudo!
A Sua vontade é soberana, cumprida nos céus e na terra, inclusive em nossas vidas particulares, quando deixamos que Ele opere!
Ele supre todas as nossas necessidades, tanto físicas como espirituais!
É Ele quem perdoa todos os nossos pecados, e nos ensina a perdoar a todos os que pecam contra nós, pois esta é a condição para que também sejamos perdoados!
Ele nos livra de cair em tentação, enchendo-nos da Sua graça e do Seu Espírito Santo!
A Ele pertence o reino, o poder, e a glória para sempre!

Minha é a vingança!

Tenho visto muitos cristãos com sentimento de vingança ultimamente. Cristãos que não suportam a menor ofensa ou afronta e partem logo para o contra-ataque, ou ficam desejando que um raio caia na cabeça de seus ofensores. Os que assim procedem estão fazendo mal a si mesmos, ao invés de a seus inimigos. Parecem que esses cristãos se esqueceram das palavras do Mestre Jesus Cristo, que disse: “Mas a vós, que isto ouvis, digo: Amai a vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam; Bendizei os que vos maldizem, e orai pelos que vos caluniam. Ao que te ferir numa face, oferece-lhe também a outra; e ao que te houver tirado a capa, nem a túnica recuses” (Lc 6.27-29). Ensino difícil de se colocar em prática, não é mesmo?
Nunca devemos nos esquecer que a vingança pertence ao Senhor (Sl 94.1; Dt 32.35; Hb 10.30), razão porque o apóstolo Paulo diz: “Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor” (Rm 12.19), e acrescenta: “Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem” (Rm 12.20,21).
O cristão jamais deverá nutrir em seu coração qualquer sentimento de vingança por seu inimigo, ainda mais se esse “inimigo” for outro cristão. Cristãos podem causar danos a outros cristãos, mas deve prevalecer sempre o amor e o perdão nesses casos, seja qual for a ofensa ou o dano causado.
O Deus a quem servimos é o Deus de justiça, Ele sabe como agir em qualquer circunstância. Devemos sim orar e entregar nas mãos dEle as nossas causas. Porventura não fará justiça o juiz de toda a terra? (Gn 18.25).
Deixemos, pois, Deus cuidar de nossos inimigos!

Sou cristão!

Sou cristão porque aceitei a Jesus Cristo como o meu único e suficiente salvador!
Sou cristão porque todos os meus pecados foram perdoados por Cristo!
Sou cristão porque nasci de novo, da água e do Espírito!
Sou cristão porque o meu nome está escrito no Livro da Vida, lá no Céu!
Sou cristão porque me identifico com Cristo e a sua doutrina!
Sou cristão porque amo a Cristo acima de todas as coisas!
Sou cristão porque amo ao meu semelhante como a mim mesmo!
Sou cristão porque aprendi a perdoar os meus ofensores assim como Cristo me perdoou!
Sou cristão porque não guardo mágoa em meu coração quando sou ofendido ou injuriado!
Sou cristão porque espero a volta de Cristo para me arrebatar a qualquer momento!
Sou cristão porque ando e vivo com Cristo todos os dias da minha vida!
Sou cristão!