Deus vai pesar a mão!

Tenho ouvido muitos falarem esta frase: “Deus vai pesar a mão”, querendo dizer que Deus vai castigar ou se vingar de alguém que praticou algum tipo de mal ou pecado. De fato, a Bíblia afirma que a vingança pertence ao Senhor (Rm 12.19; Hb 10.30), mas isto não significa que Deus sai por aí se vingando de todos os que cometem alguma maldade. Deus não tem o culpado por inocente, nem o inocente por culpado. Entretanto, quando se usam a frase citada, querem exigir de Deus uma ação imediata a algum mal recebido. Há, inclusive, os vingadores de plantão que querem ver o ofensor pagando um preço muito alto por sua ofensa, ou até mesmo na lama! Desejam que aconteça algo terrível da noite para o dia com a tal pessoa! Alguns chegam ao absurdo de quererem até mesmo dar “uma mãozinha a Deus”, inflingindo ao ofensor algum tipo de castigo ou punição. Esses “vingadores” não conseguem conceber a idéia de que Deus também é perdoador e misericordioso para com os que se arrependem do mal praticado. Não nos esqueçamos do que diz o Salmo 103.10 “Não nos tratou segundo os nossos pecados, nem nos recompensou segundo as nossas iniqüidades”. Deus perdoa o pecador arrependido. Se houver a necessidade de reparação, lógico que o ofensor deverá fazer a devida reparação. Mas o desejo de vingança é incompatível com o ensino de Cristo. Seria a mesma coisa que aprovarmos a pena de morte a um criminoso, pois estaríamos descartando a idéia de que tal criminoso pudesse se arrepender e ser salvo! Aos vingadores de plantão, Jesus diz: “Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício” (Mt 9.13).
Aprendamos, pois, com Cristo!

Quer vivamos, quer morramos!

“Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, ou vivamos ou morramos, somos do Senhor.” (Romanos 14.8).
Morrer ou viver quando se tem a plena certeza da salvação não faz a menor diferença. “Porque nenhum de nós vive para si, e nenhum morre para si” (Romanos 14.7). Deus é o autor da vida e ao mesmo tempo o que tem o controle da morte. “Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?” (1 Coríntios 15.55). Como cristãos devemos ter a certeza de que a nossa vida está nas mãos de Deus. Se a morte bater à nossa porta, saibamos que é a vontade do Senhor. Somos dEle!

Por que me chamas bom?

E ele disse-lhe: Por que me chamas bom? Não há bom senão um só, que é Deus” (Mateus 19.17).
Jesus ao fazer essa pergunta coloca em cheque o coração do homem. Certamente o jovem rico não o via como Deus e sim como homem, razão porque o chamou de “Mestre”.
A afirmação “não há bom, senão um só, que é Deus” nos mostra que o homem é mau por natureza. Não há bondade no coração humano. Nossa natureza caída nos inclina para o mal, para o pecado e o erro. Desde a Queda a maldade impera no coração humano. Mesmo sendo cristãos e querendo fazer a vontade de Deus, não devemos nos esquecer que a “velha natureza” não desapareceu. Ela está em nós querendo aflorar a qualquer momento, ao menor deslize que cometermos. Lidar com isso não é fácil!
Toda a bondade emana de Deus. Deus é bom e grande em misericórdia! Só praticamos atos de bondade quando reconhecemos Deus em nossas vidas, quando somos por Ele impulsionados. Até mesmo as pessoas que são reconhecidamente bondosas são más. São más porque são seres humanos, pecadoras por natureza. Seus atos de bondade emanam de Deus. É Deus tocando em seus corações para que pratiquem a bondade.
Reconhecendo a maldade de nossos corações nos ajuda a dependermos mais e mais de Deus. Nos ensina a lidar com nós mesmos e com a nossa natureza decaída.
Que o Deus da bondade nos guarde de todo o mal!

Reconcilia-te

“Deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão e, depois, vem e apresenta a tua oferta.” (Mateus 5.24).
A reconciliação é um dos ministérios que Deus deu a igreja (2 Co 5.18).
Reconciliar-se nem sempre é fácil e, muitas vezes, parece impossível. Envolve sentimentos, ferimentos na alma, que levam tempo para serem curados, e às vezes, não se curam nunca (caso a pessoa não permita Deus trabalhar em sua vida).
Mas a reconciliação é uma condição imposta pela Bíblia para que possamos oferecer a nossa oferta no altar de Deus. Não mais uma oferta de animais ou cereais, como era feita no Antigo Testamento, mas uma oferta de louvor e adoração. Não se pode louvar e adorar a Deus com o coração amargurado, entristecido e revoltado.
E, para que haja reconciliação, é preciso haver PERDÃO. E perdão envolve abrir mão de suas direitos e razão e abrir o coração para Deus, porque somente Ele pode nos ajudar a perdoar.
Reconciliar-se com alguém não significa voltar a ter o mesmo relacionamento que tinha antes, mas é não permitir que mágoas ou lembranças dolorosas atrapalhem a paz interior. É verdade que uma das definições de reconciliação significa “reestabelecer a paz e a boas relações”, mas prefiro destacar a palavra “paz” e aplicá-la à “paz de espírito”, à “paz interior”.
E dizer à pessoa ofensora: “estás perdoada”, “sigamos nossos caminhos livres de culpa”, “não me deves nada e nada te devo”.
Mas não se descarta a possibilidade de um abraço, da reatação dos laços de amizade e do amor.
Reconciliados, então podemos apresentar-nos diante de Deus, com um coração puro e louvar-Lo e adorar-Lo com a consciência limpa.
Reconcilia-te, pois!